Ele tinha trinta e um anos quando decidiu contar para a mãe sobre o namorado: ela o olhou longamente em silêncio. Depois levantou-se e começou a preparar o café. Ele esperava, sentado na pequena mesa da cozinha, por alguma reação – qualquer uma – que lhe desse algum indício do que essa, que era a pessoa que ele mais amava, sentia. O coração ia aos trancos, mas ele não ousava palavra ou movimento. Ela serviu sua xícara, depois a própria. Espalhou os biscoitos de nata no pratinho florido e, ainda sob o manto da quietude, tomaram café e beliscaram o quitute. Então ela tocou sua mão e amorosamente encarou-o: “Seja feliz!”, pronunciou baixinho. E no instante seguinte, ele se abandonou em seus braços, de novo a criança eternamente amada, soluçando de infinita alegria.
| Débora Böttcher |
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